Há 25 anos a voz do Brasil calava-se. Vítima de uma mistura entre álcool e cocaína, Elis Regina Carvalho Costa, aos 36 anos, deixava um país inteiro órfão, além de seus três filhos – João Marcelo, Pedro e Maria Rita.

Em 20 anos de carreira, gravou 27 discos, fez shows memoráveis – como Falso Brilhante, em 1975, e o último, Trem azul, de 1981 – e lançou nomes como Milton Nascimento (Canção do sal, Travessia, Nada será como antes, Canção da América), Gilberto Gil (Louvação, Oriente), Ivan Lins (Madalena, Cartomante), Belchior (Mucuripe, Como nossos pais, Velha roupa colorida), Zé Rodrix (Casa no campo), João Bosco e Aldir Blanc (O mestre-sala dos mares, O bêbado e a equilibrista), entre tantos outros que ela revelou em seus discos, e que lhe concederam sucessos.

Elis foi lançada no mercado fonográfico como uma espécie de cover de Celly Campello, mas tinha talento para muito mais. Explodiu em 1965, ao vencer o Festival da TV Excelsior com Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Participou de outros, correu o mundo, casou-se com Ronaldo Bôscoli (1929-1994) e, anos depois, como César Camargo Mariano (1943), produtor de seus LPs de maior sucesso nos anos 70, como Elis & Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal do Tempo (1978) e Elis, essa mulher (1979), entre outros.

Antenada, no final dos anos 1970 e início dos 1980, Elis começou a flertar com uma música mais pop, através de hits como Alô, alô marciano e Doce de pimenta, compostas pelos amigos Rita Lee e Roberto de Carvalho, e Aprendendo a jogar, de Guilherme Arantes. Estrela da TV, deixou momentos inesquecíveis registrados em vídeo, que hoje pouco a pouco são imortalizados em DVD, para alegria de todos, como a caixa lançada pela EMI, que reúne em três DVDs imagens de Elis Regina na Rede Bandeirantes, gravadas entre 1973 e 1982.

Duas décadas e meia depois de sua partida, a força do canto de Elis se faz presente, mesmo para quem não viveu o seu tempo: as novas gerações mostram-se interessadas por sua obra, o que é importantíssimo para a música brasileira: ao mesmo passo que revela novos nomes, sofre com o empobrecimento cultural, principalmente nas classes menos favorecidas. Perpetuar a obra da Pimentinha é fundamental.

Salve Elis Regina!

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