Conheça a trilha nacional de “Belíssima”


Há quatro décadas é assim: a novela vai ao ar, e todas as noites milhares de telespectadores posicionam-se em frente a TV e riem, choram, gritam, brigam, se emocionam, entre outras centenas de sensações. Este é o papel da telenovela, e sempre por trás dos personagens há uma trilha sonora que os embala.

O ato de reunir canções que reflitam as ações dos personagens não é de hoje: começou ainda na década de 1960. De lá pra cá, é óbvio que inúmeras mudanças aconteceram: no início, as trilhas eram feitas sob medida para as novelas, costume que logo foi substituído pela inserção de grandes sucessos radiofônicos para alavancar as vendas de discos. E, vez por outra, uma canção era composta especialmente para a trama.

A trilha mais recente das prateleiras é a de Belíssima (foto), novela de Silvio de Abreu. O CD não foge à regra: atira para todos os lados, para agradar a todos os gostos sem deixar de combinar com o estilo da novela. Com 16 canções nacionais e duas faixas-bônus internacionais, dance, rock, pagode, clássicos da MPB e novos sucessos disputam o seu espaço.

Abrindo o CD, um bom remix de Ai, ai, ai…, com Vanessa da Mata, seguido por um momento menos inspirado de Maria Rita em Feliz, canção pincelada de seu segundo CD. Zélia Duncan, que brilhou como nunca em 2005, está representada em dois momentos: na voz de Simone, com Então me diz, versão feita para The blower’s daughter, de Damien Rice, e no delicioso reggae Dor elegante, de Itamar Assumpção.

Maria Bethânia canta Encantado, versão de Caetano Veloso para Nature Boy, de Eden Ahbez. Daniela Mercury relê Pensar em você, de Chico César. Sina, de Djavan, é um outro bom momento dançante da trilha, que baila totalmente ao inserir bobagens como Todo mundo gosta de mim, do Ultraje a Rigor, e pagodes românticos dos grupos Os Mulekes (Mistura Fina) e Art Popular (Meu fraco é mulher), que surgem completamente perdidas no meio do CD.

No meio disso tudo, Lenine surge em Do It e salva o ouvinte destes momentos dispensáveis. Daniel Jobim interpreta Bonita, em versão que certamente o pai, Tom, aplaudiria. Ney Matogrosso está muito bem em Belíssima, composição de Adriana Calcanhotto pouco explorada nos capítulos da novela.

Três canções do passado foram resgatadas para trilha de Belíssima: Gal Costa e Paulo Bellinati em Coisa mais linda (1995), Elis Regina em As aparências enganam (1980), e Caetano Veloso em Você é linda, de 1983, que todas as noites abre a novela.

Fechando o CD, duas faixas internacionais inseridas como bônus: Luis Miguel com Usted, gravada por ele em 1992, e Zizi Possi em Love For Sale, faixa de seu novo disco ao vivo, Para inglês ver e ouvir.

Em caprichada embalagem de luxo, uma novidade neste tipo de CD, Belíssima traz Glória Pires pela terceira vez na capa de um disco de novela (ela já esteve nas trilhas nacionais de O Dono do Mundo, de 1991, e Mulheres de Areia, de 1993). É um produto feito para quem acompanha a história – ou curte MPB.

2 thoughts on “Belíssimo, pelo menos na capa

  1. Parabéns,tanto pela escolha das músicas,como pelos detalhes firmados.
    Estou tentando levantar os mais significativos sucessos tanto de nossa música,assim como as internacionais com a finalidade de elaborar um DVD que abranja o maior número de pessoas.
    Será muito difícil,este é o DESAFIO.
    Desde logo agradeço a colaboração.

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