Eles reviveram novamente a história de suas vidas musicais. São compositores, instrumentistas, produtores e um grande grupo de amigos que formam a Turma da Pompéia.

No novo CD, Nossa Raiz, eles resgatam as ruas por onde passaram a juventude roqueira, ao lado de companheiros que não esquecem jamais as histórias daquele bairro.

Sérgio Beatle e Marinho, os “velhos roqueiros moleques”, como eles mesmos se identificam, compuseram as letras de todas as faixas do disco pensando nas alegrias e dificuldades que sentiram – e sentem até hoje – ao buscar os seus sonhos. A exceção é a primeira faixa, Ainda há muito que Lutar, composta pelo parceiro Bororó. Todo o CD foi dedicado ao produtor musical e arranjador Nilton Mariano, ao saxofonista Manito – a lenda viva da música nacional – e a Missali, “por tantos anos dedicados aos novos talentos da música e da Pompéia”.

O idealizador do grupo, vocalista e violonista Marinho, conta nesta entrevista como foi feito este novo trabalho da Turma, preservando a cultura e o talento de quem não esquece suas raízes.

A proposta do CD anterior (Turma da Pompéia, lançado em 2004) era reviver um pouco as coisas que o bairro já passou, em termos musicais até de atitudes das décadas passadas. Essa nostalgia permanece no Nossa Raiz?

Marinho | Quando me encontrei com o Nilton Mariano, a quem não via a mais de 30 anos, eu nem sabia o que estava por vir. Sei que na nossa adolescência de Pompéia ele tocava muita guitarra no Nick James (banda da época) e agora está tocando vários instrumentos, e também é um bom produtor musical. Foi aí que eu me toquei e o convidei para me ajudar a produzir o novo trabalho da Turma. Ele aceitou, e com a ajuda dos compositores da Turma – Sergio Beatle, Bororó, Oswaldo Malaguti Jr. (Studios Mosh), Silvinho (Mic Som) e todos os músicos que participaram, com a Turma nova, sem esquecer a nossa raiz.

O Rock ‘n’ Roll é basicamente claro neste novo trabalho. Porém ele se diferencia do modelo atual e, ao mesmo tempo, soa nostálgico. Como compor algo que não soe piegas?

Marinho | Esta pergunta eu deixo para o meu amigo e parceiro Sergio Beatle responder:
Sergio Beatle | Como se sabe, a história não é feita apenas por algumas pessoas privilegiadas, de classes mais ricas, políticas ou de pessoas que aparecem demais na mídia. Todos nós somos agentes dinâmicos da história. A Turma da Pompéia, tendo um veículo que é universal à mão – ou seja, a linguagem musical – através dele procura retratar a nossa história no bairro, o que nos influenciou, o que vivemos. E como iríamos ter o registro de como tudo isso era? Sendo diferente e nostálgico!
Usamos a memória sem ferir a verdade, sem perder o censo do ridículo.

Quem é a Turma que a Pompéia abraça hoje? A Liverpool brasileira vai continuar sempre nas mãos de músicos?

Marinho | A Turma da Pompéia é muito grande. O bairro cresceu muito musicalmente e vai estar sempre se renovando. Acredito que o Centro Cultural Pompéia (com direção de Cleber Falcão) tenha uma forte participação para que isso acontecesse com a sua caminhada de 20 anos de existência, sempre teremos músicos novos surgindo. Desde o começo batalhamos muito por liberdade. Apesar dos mais velhos nos chamarem de cabeludos irresponsáveis, continuávamos em frente: guitarra na mão e a cabeça cheia de sonhos, lutando por nossos ideais. A Pompéia Liverpool brasileira deve ficar nas mãos dos músicos. Ontem, hoje e sempre.

Paralelamente ao trabalho musical existe uma revista sobre o bairro e seus artistas. Como é esse projeto?

Marinho | A revista é um trabalho paralelo que eu já tinha como sonho quando falei com Sérgio Beatle. Ele foi o primeiro a achar legal. As coisas foram acontecendo naturalmente. Estava montado o time. Todos os músicos gostaram da ideia, que contássemos um pouco mais de nossa história, nossa trajetória nesses anos todos. Está aí o sonho em realidade. Estamos na quarta edição, graças a Deus e ao esforço de todos.

Faixas:

Nossa Raiz, o novo CD da Turma da Pompéia

Ainda há muito que Lutar (Bororó)
Baby I Love You (Sérgio Beatle e Marinho)
Jou Jou (Sérgio Beatle e Marinho)
Pompéia Liverpool Brasileira (Sérgio Beatle e Marinho)
Deslize Miss Lize (Sérgio Beatle e Marinho)
Nossa Raiz (Sérgio Beatle e Marinho)
O Quadro (Sérgio Beatle e Marinho)
Paramont (Sérgio Beatle e Marinho)
Pássaros Azuis (Sérgio Beatle e Marinho)
Surf Boy (Sérgio Beatle e Marinho)
A Tradição (Sérgio Beatle e Marinho)

13 thoughts on “Nossa Raiz: a “nova velha história” da Turma da Pompéia

  1. Posso dizer que sou um cara maluco por música…e quando vi reportagens sobre A Turma da Pompéia….fui mais fundo pois sabia da importância do bairro no surgimento grandes bandas e a Turma da Pompeia não poderia ser diferente (tenho do cd de 2004)..foi um cd pesado…é lógico ! …com convidados de peso…não vi mais nada da Turma…quando de repente e na hora certa aparece um novo trabalho da banda…pensar duas vezes por que? já estou com o cd e me deliciando com o rock’n’roll da banda….mais leve…mais gostoso…. simplesmente lindo lindo lindo..um rock do jeito que gosto de ouvir…não consigo tirar da cabeça a faixa 03 Jou Jou…E que delicia ouvir tambem a faixa 08 Paramont ….já ouvi centenas e centenas de vêzes e estou mais uma vêz ouvindo…compre o cd e veja como se faz um disco super agradável de se ouvir..tenho certeza que vai sentir o que estou sentindo agora.. ainda mais ouvindo Baby I Love You …que rock’n’roll!!!!!….vida longa pra Turma da Pompéia…um abraço a todos da banda.

  2. Turma da Pompéia resgatando o bom e velho rock’n’roll, puro, sincero…um trabalho de qualidade que vale a pena conferir. Eder Barros – Tratore

  3. "Quem tem um sonho não dança" A turma da Pompéia é a expressão viva desta frase. O sonho de um "dito" Louco, Marinho, pois, ousava sonhar! Só quem acompanhou de perto esse adnmirável louco sabe o preço que ele pagou pela sua ousadia. Mas como ‘loucura pouca é bobagem’, ele foi reuníndo a sua volta outros que sonhavam o mesmo sonho, trilhavam o mesmo caminho. E hoje o que chamam de sucesso eu chamo de recompensa e o que chamam "loucura" é o que torna o ser HUMANO, sonhar, acreditar que podemos ir além, ir em frente correndo o risco de errar e errando, sentir insegurança e mesmo assim não desistir nunca. Assim somente assim o sonho torna-se realidade… Marinho nós sempre acredeitamos na sua loucura por isso a sua vitória também é a nossa vitória! Um grande abraço!!!! Patrícia e Família.

  4. Grande trabalho!!!!!!!!

    Cd super gostoso de ouvir e com o som da Pompéia. Bairro com a mística de ser um nascedouro de grandes bandas e celeiro de grandes músicos. No cd "Nossa Raiz" isso é comprovado com a qualidade das composiçoes, a integraçao dos músicos e atenção especial para Bruno Bething, guitarrista com apenas 21 anos que arrebenta em dois solos nas faixas "Paramont" e "Surf Boy".
    Sem dúvida, um nome que está surgindo no cenário do rock brasileiro.

    Parabens Marinho pela produçao e por este grande trabalho de unir estes músicos ccom muita vontade de tocar.

    O cd está virando aqui em casa desde o lançamento

  5. Finalmente estamos dando valor à relevancia historica de nosso bairro. Vejo o trabalho da Turma da Pompeia com muita satisfação, parabens ao Marinho e à Turma.

  6. FUI AO SHOW NO SESC POMPÉIA E REVIVI TODO AQUELE MOMENTO MÁGICO DOS ANOS 60/70 NO MEU BERÇO QUE FOI A POMPÉIA E CONTINUA SENDO ATÉ HOJE. LEMBRO QUANDO O ARNALDO,O SERGIO,O PATACA E O BORORÓ DEIXARAM CRESCER OS CABELOS E INICIAVAM A ONDA DO ROCK NA POMPÉIA. O MARINHO, MAIS NOVO QUE EU, AINDA TINHA AS MELENAS CURTAS E MORAVA NA TUCUNA. ELES TALVEZ NÃO SE RECORDEM DE MIM, MAS VENDI MUITO PREGO E LIXA NA LOJA DO MEU PAI NA AVENIDA POMPÉIA PARA O CLAUDIO, IRMÃO DO SÉRGIO E DO ARNALDO. VIVA O ROCK IMORTAL DA POMPÉIA.

  7. passei pra dar um olá para os amigos nesses dias que andamos meio que distantes,espero que o que vivemos não se perca.vida longa e prospera…abraços

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