Em seu primeiro disco solo, vocalista do Pato Fu homenageia a musa da Bossa Nova

A voz suave, o jeito meigo e um talento único de interpretar canções simples e sutis são três das muitas coisas que Nara Leão e Fernanda Takai têm em comum. A geração que as separa mostra que, com o passar do tempo, as coisas podem mudar, mas a essência continua a mesma.

Fernanda Takai, 36 anos e vocalista da banda mineira Pato Fu, lançou há poucas semanas o seu primeiro disco solo, intitulado “Onde brilhem os olhos seus”, em homenagem à Nara Leão (1942-1989). Segundo Fernanda, a palavra tributo é muito forte para identificar o disco: “é um disco dedicado à ela”, conta. Nele Fernanda canta as músicas que fizeram sucesso na voz de Nara. “Lindonéia”, de Caetano Veloso, é delicada e relembra as marchinhas de carnaval da época, “Debaixo dos Caracóis dos seus cabelos”, de Roberto & Erasmo Carlos, ganhou um novo ritmo, e outras interpretações como “Estrada de Sol” e “Taí”, conseguiram alcançar uma boa representação do passado da nossa MPB.

Em entrevista ao Música e Letra, Fernanda Takai conta os detalhes do primeiro trabalho solo.

 Onde brilhem os olhos seus é o seu primeiro disco solo. Demorou para gravar um disco com o nome Fernanda Takai “desvinculado” da banda?

Não está desvinculado porque conto com a ajuda de meus amigos de banda. E fiz isso justamente porque estou muito feliz com a atual fase do Pato Fu, com o tipo de produção que conseguimos fazer em nosso estúdio, com os arranjos que Lulu (Camargo, tecladista da banda) e John (Ulhôa, guitarrista e marido de Fernanda) criam. Eu não sentia necessidade de gravar um disco solo autoral, este é um projeto solo especial.

O convite inicial para gravar este disco partiu de Nelson Motta, mas existia a vontade de gravar um disco “só seu” há algum tempo ou havia mais pressão da mídia, gravadora e público?

As pessoas me perguntavam sobre disco solo, mas não era nada sob pressão. Acho que acabei fazendo o álbum impulsionada pela ideia do Nelson, porque seria totalmente sem nenhuma outra força nos movendo a não ser a vontade artística mesmo. O orçamento era nosso, o cronograma não havia. Pensei ser um projeto muito simpático com o qual eu tinha uma memória musical afetiva forte.

A criação dos arranjos das músicas deste disco tentaram fugir um pouco do trabalho feito dentro do Pato Fu?

No Pato Fu mesmo, temos a tradição de desconstruir bastante as versões que fazemos de outros artistas. Nesse sentido, usamos a nossa própria escola. Queríamos fazer um disco ainda mais delicado que o disco mais recente da banda. Mas não fugimos do que sabemos fazer melhor que é criar estéticas sonoras interessantes pra cada canção.

Como foi a escolha do repertório? A intenção do disco é realmente um tributo?

Essa palavra tributo é meio pesadona. Digo que é um disco dedicado à Nara, uma forma da gente se lembrar do bom gosto dela, da importância que ela teve como artista em épocas diferentes de nossa música. Apesar de ter o nome dela sempre por perto, é um disco muito pessoal. Afinal, na escolha das músicas, a palavra decisiva era minha. Quando eu e Nelson tínhamos alguma dúvida entre que música gravar, ele sempre me dizia pra escolher simplesmente qual eu tinha mais identificação. Claro que busquei momentos significativos da carreira da Nara, mas todos eles também me são muito confortáveis como intérprete.

O novo CD de Fernanda Takai, Onde brilhem os olhos seus

Após o lançamento você pretende realizar shows deste disco solo ou continua apenas com a turnê de Daqui pro Futuro?

Vou fazer shows sim, mas não marquei datas. Teremos duas turnês simultâneas. Terei uma banda diferente me acompanhando (mas John e Lulu fazem parte dela) e o Pato Fu não vai tocar as músicas de meu disco solo nos shows. São coisas separadas nesse ponto.

Existe um incômodo quando as pessoas te comparam a outras personalidades da música como Rita Lee (na época dos Mutantes) ou até mesmo Nara Leão? Ser a “Nara Leão do pop-rock” (apelido dado por Nelson Motta) é um elogio que pesa?

Quando eu era mais nova pesava mais. Hoje com uma carreira de 15 anos acho que tenho segurança em mim mesma. Sei que a maioria das comparações é mais do que elogiosa. Eu tenho o meu timbre de voz, descobri meu jeito de cantar. Então é um peso-leve, digamos.

Você disse em uma entrevista que ouvia Nara Leão desde criança. Sua filha Nina terá o mesmo privilégio?

Ela já reconhece a voz da Nara sim. Nina gosta muito de música e sempre que estamos ouvindo algo juntas ela me pergunta quem está cantando, pede pra ver a foto do disco. Espero que ela tenha a sorte de ouvir coisas boas, como eu ouvi ao longo da vida.

5 thoughts on “Fernanda (Leão) Takai

  1. Com a característica que sempre foi peculiar ao Pato Fu (que é a de sempre reconstruir músicas de outros e criar músicas bem originais), Fernanda empresta sua voz as canções de Nara, enfeitadas de arranjos Remix Século XXI, numa belíssima homenagem a uma das cantoras mais abrangentes da música popular brasileira – muito além da bossa nova

  2. ola pow muito legal o trabalho q vc esta fazendo e eq vc continue senpre assim com elle talento todo e a sua estrela senpre brilhara e q vc ore por mim esta bem bjkd fui

  3. Conheci o Pato Fu em 95 e foi amor a primeira vista nao consigo ficar um so dia sem ouvir a voz da Fernandinha.Que Deus te ilumine e conserve todo esse talento que proporsiona a alegria de viver em seus fas.

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