Até então cercado de mistérios, surgem as cores do novo CD da estrela da música pop

Depois de meses de muita expectativa, ansiedade e falsos rumores, finalmente tudo sobre o novo álbum da rainha Madonna do pop foi revelado. Batizado de Confessions on a dancefloor (ou “Confissões na pista de dança”), o disco mais aguardado do ano será completamente dançante, item necessário para nenhum Saturday night fever botar defeito.

Com lançamento marcado para 14 de novembro em todos os países do globo terrestre, exceto USA, Confessions não tem a menor intenção de ser um disco reflexivo, com mensagens, e sim divertir e colocar todo mundo para dançar.

A sonoridade do novo trabalho tem forte influência dos sintetizadores dos anos 80, remete ao primeiro disco de Madonna, e está sendo definido pela própria como “dance music do futuro”. Stuart Price, tecladista que participou das turnês Drowned World, de 2001, e Re-invention, de 2004, foi o escolhido para produzir as 12 eletrizantes faixas (veja o setlist abaixo).

Surpreendentemente, a capa do disco foi divulgada pelo site oficial da cantora, e traz uma Madonna de cabelos de fogo e roupa pink (dando continuidade a famosa tradição de troca de looks a cada disco), fotografada pelo mago Steven Klein, se esbaldando numa pista de dança. A arte da capa é totalmente retrô, assinada pelo brasileiro Giovanni Bianco.

Confessions on a dancefloor detona também um círculo vicioso presente na carreira de Madonna: sempre depois de um lançamento polêmico, de material mais denso, vem um disco manso, easy. Esse processo de rodízio vem acontecendo desde Like a Prayer, de 1989, e não quer dizer que um tipo de trabalho seja melhor do que o outro necessariamente. Voltemos aos fatos: Se foi ousada e banida pelo Vaticano por conta do clipe de Like a Prayer (foto, à esq.), voltou loira e sóbria em I’m Breathless, em 1990, inspirada no filme Dick Tracy, considerado um de seus melhores trabalhos, mergulhado na sonoridade dos standards dos anos 30 e 40.

A fase do disco Erotica, de 1992 (foto, à dir.), em que enfrentou todos os tipos de preconceitos e explorou o sexo ao extremo, foi encerrada no incrível Bedtime Stories, em 1994. Produzido por Babyface, Dave Jam Hall, Nellee Hopper e Dallas Austin, Bedtime era uma mistura de jazz, R&B e música eletrônica (na fase pré-eletro), e as letras falavam de melancolia e confissões. Ray Of Light, de ‘98, disco totalmente experimental e inovador, foi o responsável pela nova Madonna, que espiritualizada e adepta da Kaballah, colocou num liquidificador suas letras existencialistas e profundas com batidas eletrônicas. Resultado? Quatro prêmios Grammy,  conquistados em fevereiro de 1999.

Mirwais, produtor francês e doutor em música eletrônica, fez um trabalho totalmente futurista, em busca da batida perfeita, com muitos vocoders em Music, disco que, junto com Ray Of Light, originou a Drowned World Tour, um show totalmente diferente de tudo que Madonna já havia feito, começando pelo repertório, repleto de músicas novas e pouco material antigo.

Ainda trabalhando com Mirwais, Madonna lançou em 2003 seu disco mais complicado. Envolvida com a questão da Guerra do Iraque e críticas ao governo Bush, tratou de desvendar a hipocrisia da vida americana à sua própria maneira em American Life, em que aparece na capa vestida como Che Guevara e armada até os dentes. As letras introspectivas e muito pessoais, tornaram American Life um disco pesado.

Despido de qualquer pretensão, Confessions on a dancefloor vem com o simples intuito de divertir e também com o compromisso de acabar com os resquícios deixados por American. Hung Up, primeiro single, já está disponível como ringtone nos sites da MTV e da VH1, e faz parte também da trilha sonora de um novo lançamento da Motorola em parceria com a Apple, o celular ROKR, que tem lançamento previsto para no fim do ano no Brasil.

Agora é só sofrermos mais um pouco. No início de outubro, Hung Up já estará nas rádios como aperitivo, e certamente grudará como chiclete nos nossos ouvidos, desafiando a gravidade nas pistas de dança.

Faixas:
01. Hung Up
02. Get Together
03. Sorry
04. Future Lovers
05. I Love New York
06. Let It Will Be
07. Forbidden Love
08. Jump
09. How High
10. Isaac
11. Push
12. Let It or Not

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