Uma ótima pedida para quem cansou da agitação do carnaval, de ouvir centenas de sambas e axés – mas não quer deixar de lado a música brasileira – é conferir o primeiro e ótimo CD da cantora Penha Pinheiro.

O disco, que leva o título de Novo endereço, mostra uma interessante reunião de canções com forte apego pop, de melodias ritmadas e letras que falam de sentimentos comuns a todos nós, sem tombar para aqueles incontáveis dramas comumente cantados por vozes femininas. E falando em voz, os timbres de Penha são o grande destaque do álbum.

À primeira vista, o ouvinte pode achar que se trata de mais uma cantora de MPB. Engano desfeito logo na primeira faixa: a batida de Parei pra te ver (de Laura Campaner e Luisa Gimenez) dá a pista de quem é a vigorosa intérprete que surge em disco, após um longo tempo se apresentando na noite paulistana e acompanhando nomes como Wilson Simonal e Maria Alcina.

Na seqüência, Novo endereço, canção que dá nome ao disco, composta por Tony Babalu e Osmar Santos Jr, é uma deliciosa balada de forte apego radiofônico: “Vou sair e acordar em outro endereço / Quero viver o que eu ainda não conheço / Vou me lembrar de quem eu nunca me esqueço / Quero te encontrar sem demora / Em qualquer canto da cidade agora…”. Na mesma linha estão Barcos e beijos, de Joésia Ramos e Bocas malditas, de Sandra Menezes.

Penha Pinheiro e Lucina

Mas boa parte do CD é composto de batidas, guitarras e programações rítmicas que, na interpretação de Penha, viram canções deliciosamente dançantes, especialmente Pago pra ver, Não consigo te deixar e Tão Down, todas escritas por Tony Babalu. Até mesmo o samba – aquele citado lá em cima – não ficou esquecido: Penha Pinheiro reinventa o ritmo e o rebatiza de “cybersamba” em Meu disco riscado (de Tom Soares), misturando o gingado malandro e a batida do violão com os scratchs dos rappers, e justifica: “Quem será que me fez / Eu toco samba e canto drum ‘n’ bass / Quem será que me fez / Meu sampler no batuque samba com DJ”. Fechando o disco, uma versão remix de Parei pra te ver, onde Penha Pinheiro refaz os vocais, dando mais ênfase aos versos em meio à batida dance. Perfeita pra quem quer se jogar nas pistas.

O CD tem a competente direção musical de Lucina, de quem Penha regravou a doce Por que sim, por que não – canção de 1991 composta pela dupla que formava com Luhli – e Vulcão, escrita com Marcelo Diniz. Além disso, Novo endereço celebra a amizade e parceria musical com Bete Barban, tecladista de oito das onze faixas do disco – lançado pela Amellis Records e distribuído pela Tratore. Confira.

2 thoughts on “Penha Pinheiro: Um novo endereço para a MPB

  1. Vale dizer q um bom cantor não é nada sem bons músicos. Deixo aqui os meus parabéns para essa banda fantástica que faz de um simples show um grande espetáculo.

  2. gostei muito do cd ,todas as musicas são maravilhosa ,tmbm com voz que a penha tem é só o começo pagaremos pra ver …parabens penha pinheiro!beijos em vc e sua equipe!

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