Caminho das índias – Foto divulgação

Trilhas sonoras de novelas. Ah! longe se vai o tempo em que elas ditavam a moda, indicavam tendências e… eram vendidas aos milhares. Este mês, chega às lojas (quer dizer, aos poucos espaços que ainda vendem CD’s) a trilha de Caminho das Índias (foto), novela de Gloria Perez.

Na seleção, um reflexo do que anda acontecendo de novo na música popular brasileira: absolutamente nada. Pra falar a verdade, o disco mais parece uma coletânea de sucessos do passado, mas que não deixa de ter bons momentos: o melhor deles é do saudoso Gonzaguinha, com sua balada Feliz, belíssima canção de 1983 que, oito anos atrás, foi regravada por Leila Pinheiro para uma outra novela global: Porto dos Milagres.

Na mesma linha estão Elis Regina (com o bolero Dois pra lá, dois pra cá), Gilberto Gil (em Vamos fugir, de 1984), Paula Toller (com Nada por mim) e Emílio Santiago, com sua leitura para Lembra de mim, de Ivan Lins, gravada em 1998. Do mesmo ano, Nana Caymmi (com Não se esqueça de mim, de Roberto & Erasmo, que já havia feito parte de outra trilha: o remake de Pecado capital). E Alma, de Zélia Duncan, que em 2001 integrou a seleção de temas da novela O Clone, também de Gloria Perez, aquela novela da heroína Jade (Giovanna Antonelli), que lembra – e muito – a história agora protagonizada por Juliana Paes.

Mas nem tudo é antiguidade na trilha, quer dizer, quase tudo: Nando Reis regravou Eu nasci há dez mil anos atrás, de Raul Seixas, especialmente para a trama. Zé Ramalho vem com O Vento Vai Responder, versão para Blowin’ in the Wind, pinçada de seu álbum-tributo a Bob Dylan, Tá tudo mudado. De novo, novo mesmo, estão Lenine (com Martelo Bigorna), Marcelo D2 (com Ela Disse), Pitty (Memórias), Skank (Pára-Raio) e Zeca Pagodinho (em Uma Prova de Amor). Resultado: uma verdadeira colcha de retalhos, feita para agradar a gregos, troianos e indianos.

Como dizia lá no início do texto, nada de novo acontece. Será que é mais um reflexo da crise ou pura falta de criatividade? cabe ao telespectador-ouvinte decidir. Afinal, os próximos sete meses serão embalados por muitas destas músicas – além dos temas inspirados no caminho das índias que, logo logo, cairão como uma bomba. No meu, no seu, nos nossos ouvidos.

6 thoughts on “Trilha de Caminho das Índias reúne o passado da MPB

  1. é, se levarmos em consideração que a mídia esqueceu de cantoras talentosíssimas como "Rosana" que nos anos 90 fez muita trilha de novela e que ainda "canta muito", e que no seu lugar aparecem cantoras como "Pitty" que mais parece estar agonizando ao invéz de cantar aí fica difícil ter material novo de qualidade para trilhas. O talento parece estar meio "fora de moda".

  2. Na realidade, boa música mesmo se fazia nos anos 70 e início dos 80. As letras, principalmente, continham mensagens, que te faziam pensar. Ao pensar se chega a conclusões. Conclusões te levam a tomar atitudes e te obrigam a assumir responsabilidades… oops! Responsabilidade??? Isso eu não quero não! É melhor ficar com esse lixo que toca hoje em dia. Entra por um ouvido e sai pelo outro e eu continuo na minha vidinha irresponsável…
    Infelizmente é isso que acontece hoje em dia, em todos os setores da comunicação.

  3. gostraia de saber o nome da música que toca na discoteca da novela caminho das indias. aquela musica que o bahuan dançou na inauguraçõa de sua casa.

  4. Gostaria de saber o nome da música que sempre toca nas festas e discotecas. Tocou o inicio dela hoje na festa na casa do Ramiro. Mais ou menos assim: nananannaa (e depois fala algo como sun)

  5. Não sei se foi na festa do Bahuan ou na festa que o Ramiro deu para o Raj, mas a música é cantado por uma voz masculina e com um balanço, bem suave, de discoteca. O refrão dela é + ou – assim: Nanananananana, nanananananana. Sei que está difícil, mas

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