Eles surgiram no underground fluminense em 2003. Não ficaram por muito tempo desconhecidos. A sonoridade ultra-pop foi o passaporte para o sucesso. Com agenda abarrotada de shows até o fim do ano e início do ano que vem, Banda Neles vem se equilibrando com muito gás e versatilidade, rumo ao mainstream musical do Brasil, construindo a própria identidade. De Niterói para além das fronteiras, aí vão Pedro Victteri  (voz), Thaizinho (baixo) e Eduardo Manu (bateria).

Música e Letra entrevistou Pedro Victteri, carismático líder da Banda Neles, para nos contar tudo sobre este grupo que está invadindo o Rio de Janeiro, com uma mistura black-soul-rock-e-mpb personalíssima. Confira:

Niterói é conhecida como um grande berço de músicos de talento. Daqui saíram Zélia Duncan, Claudio Zoli, Dalto, entre outros. Isso deixa algum senso de responsabilidade?
Pedro: Sim, mas também trás uma confiança e credibilidade. Afinal, tem muitos outros músicos como Arthur Maia, Renato Rocketh, Paulinho Guitarra, Fabrício Souza, e tem também Pedro Victteri, Eduardo Manu e Thaizinho. (risos)

A Banda Neles vem se mostrando como uma incrível banda de pop/rock que agrada a gregos e troianos. Como surgiu a idéia?
Pedro: Eu, Manu e Thaizinho tocávamos numa banda, mas o dono da mesma queria um valor de cachê muito alto pra uma banda ainda “desconhecida”. Logo, tocávamos em poucos lugares e ganhávamos pouco. Então nós três resolvemos montar um trabalho paralelo pra ganhar mais dinheiro e tocar em festas de amigos e bares. Então começou a surgir a Banda Neles.

O repertório do show de vocês é recheado de covers de vários artistas diferentes, indo de Lenny Kravitz a Jorge Ben e também passando por músicas próprias. É sabido que o público tem uma certa dificuldade em assistir a shows de bandas que tocam apenas músicas de própria autoria. Vocês tem vontade de produzir um show com apenas músicas próprias, é viável?
Pedro: O nosso repertório varia nesse sentido, pois ainda somos músicos da noite. Mas aos poucos estamos introduzindo nossa cara ao nosso trabalho, apresentando músicas próprias, dando nossa identidade ao nosso repertório. Nós temos muita vontade de fazer um show só com músicas nossas, mas o “pré – conceito” com a novidade ainda é bem forte, então como nossa música não é executada em nenhum veículo que atinja a grande massa, ainda somos ‘desconhecidos”. Estamos aos poucos mostrando nossa identidade, e é viável um show com músicas nossas. Temos um repertório de 25 músicas em fase de seleção, pra futuramente arrumarmos um patrocínio e gravarmos nosso cd.

Existe algum ritual especial na hora de compor? De onde vem a inspiração?
Pedro: Não existe ritual. Existe concentração. A inspiração vem de histórias vividas por nós ou por pessoas próximas. Existe a idéia. Se ela vem, a gente aproveita.

Então você comprova a teoria de que de certa forma as composições são autobiográficas?
Pedro: Sim. Quase todas são.

Banda Neles no palco: Da esquerda para a direita: Eduardo Manu (bateria), Thaizinho (baixo) e Pedro Viccteri (vocais)
Banda Neles no palco: Da esquerda para a direita: Eduardo Manu (bateria), Thaizinho (baixo) e Pedro Viccteri (vocais)

Vocês são engajados, também levam para a música questões sociais? Gostam de compositores que fazem esse tipo de som?
Pedro: Não, ainda não levamos questões sociais pras nossas composições, mas admiramos trabalhos assim.

Sim ou Não ao desarmamento no Brasil? É proibido proibir?
Pedro: A questão não é o desarmamento, e sim se somos a favor ou contra a proibição do Comércio Legal de armas de fogo. Se o comércio de armas for proibido, o cidadão não será obrigado a devolver sua arma. Essa questão está muito mal formulada, e vem confundindo muita gente. Na Banda temos dois votando contra a proibição, e um a favor da proibição do comércio legal de armas de fogo.

Como é o relacionamento de vocês na banda? Se dão bem apesar das diferenças de opinião?
Pedro: De vez em quando saem umas faíscas, mas nada que não se resolva com uma boa conversa. Somos bastante amigos, o que facilita nosso diálogo. E todos estamos em busca de um mesmo ideal. Se temos que conviver, que aceitemos as opiniões alheias.

Ainda é muito difcil para uma banda independente adentrar o mainstream musical no Brasil. Como são os contatos com as gravadoras? Vocês tem um empresário?
Pedro: O contato com gravadoras é bem difícil, mas hoje em dia a distribuição que a gravadora oferece é interessante pra banda, pois tem a prensagem e a distribuição dos discos para a divulgação em Rádios, TV’s, mídia em geral. Ter o nome de uma gravadora no seu cd, engrandece o artista. Não temos um empresário estamos em busca de um, se alguém se candidatar…

E Por onde podemos achar a Banda Neles?
No Lord Jim, em Ipanema, às quartas, pelo nosso site – www.bandaneles.com.br – e pela nossa produtora Paula Tebet, no telefone: (21) 99944-4238.

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