Símbolo da mudança gráfica dos computadores completa 25 anos

Há exatos 25 anos, a Apple, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, lançava o Macintosh, primeiro computador do planeta a utilizar, entre outras parafernálias de bits e bytes, uma interface gráfica, e… um mouse. Foi através de Steve Jobs – e deste caixote colorido aí da foto acima – que toda uma revolução começou. Até então, computadores eram chamados de “cérebros eletrônicos”, restritos a grandes empresas, instalados em grandes andares, com centenas de operadores processando informações, em telas sem cor – quer dizer, pretas e verdes.

E foi naquele distante janeiro de 1984 que o Macintosh chegou e começou a mudar toda a forma de utilizar o “cérebro eletrônico”. Pode-se considerar o marco zero de tudo o que temos hoje, em termos de interatividade e mobilidade. Foi ali que as cores saltaram para a tela; a editoração – de fotos, textos, áudio e vídeo – ficou mais simples e, ao mesmo tempo, poderosa.

Se hoje você pode acessar a Internet (e nos ler, aqui), assistir a um vídeo no YouTube ou conectar seu i-Pod ou i-Phone (que também são criações da Apple) em seu computador (seja ele um PC ou um Mac) e enchê-lo de músicas, vídeos, imagens, jogos etc – entre outras milhares de possibilidades que a vida digital nos oferece, agradeça a ele. Só pra você ter uma idéia: o Windows, de Bill Gates, Microsoft & Cia, só foi lançado no ano seguinte. Em modo texto, mas já copiando a concepção do Mac Os, sistema operacional do Macintosh.

Tá, tudo bem: a essa altura você já deve ter se perguntado: ” – o que deu na cabeça do editor deste site musical em falar de um Macintosh?”. Não, não: ninguém aqui surtou: Gilberto Gil, sempre ligado em aparatos tecnológicos, nos anos 1980 já falava de um Mac na letra de Baticum, composição escrita em parceria com Chico Buarque que a dupla gravou para o LP Chico Buarque (foto), de 1989. A letra falava de muitas marcas que fizeram – e ainda fazem – sucesso, todas reunidas para garantir a realização do “baticum lá na beira do mar”.

Confira a letra:

“Bia falou: ah, claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Ainda bem que Isa me arrumou
Um barco bom pra gente chegar lá
Lelê também foi e apreciou
O baticum lá na beira do mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca

Veio Mané da Consolação
Veio o Barão de lá do Ceará
Um professor falando alemão
Um avião veio do Canadá
Monsieur Dupont trouxe o dossier
E a Benetton topou patrocinar
A Sanyo garantiu o som
Do baticum lá na beira do mar

Aquela noite
Quem tava lá na praia viu
E quem não viu jamais verá
Mas se você quiser saber
A Warner gravou
E a Globo vai passar

Bia falou: ah, claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Isso é que é, Pepe se chegou
Pelé pintou, só que não quis ficar
O campeão da Fórmula 1
No baticum lá na beira do mar

Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Só tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca

Zeca pensou: antes que era bom
Mano cortou: brother, o que é que há
Foi a G.E. quem iluminou
E a Macintosh entrou com o vatapá
O JB fez a crítica
E o cardeal deu ordem pra fechar
O Carrefour, digo, o baticum
Da Benetton, não, da beira do mar”

Idolatrado por agências de publicidade, redações, estúdios musicais, designers e antenados de plantão – e temido por muita gente, por não ser tão popular como um computador de R$ 800 rodando Windows Vista, XP ou Linux, o Mac está mais presente em nossas vidas do que podemos imaginar. Sendo assim, parabéns pelo primeiro quarto de século da geringonça que transformou tudo.

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