Depois de uma fantástica e antológica participação no Festival da Record, defendendo a música Divino maravilhoso, de autoria do mano Caetano, Gal Costa finalmente estava pronta para lançar o que seria, enfim, o seu dèbut solo, assinando simplesmente Gal Costa.

Contudo, vale lembrar que os tempos eram difíceis. Em janeiro de 1969, Caetano Veloso e Gilberto Gil estavam presos, e a ditadura entrava em sua fase mais complicada. Período de patrulhamento, censura e endurecimento militar que duraria até 1979. Gritar “tudo é perigoso, tudo é divino maravilhoso” ou estar “perdida no paraíso” (Lost in the paradise), não era o mais adequado, mas Gal mostrou sua porção “letal” e seguiu em frente, sem medo.

Produzido pelo mago-maestro Rogério Duprat, Gal Costa, o disco, acabou por se tornar uma verdadeira fábrica de hits, sem “lado B”, incluindo diversas composições de Caetano Veloso (Baby, Divino maravilhoso, Não identificado, Lost in the paradise e Saudosismo), e contando com o tempero de Jorge Ben (Deus é o amor e Que pena, esta última em dueto com Caetano).

A mistura pós-jovem guarda de Roberto e Erasmo Carlos (Se você pensa e Vou recomeçar) e a participação de Gilberto Gil nos vocais de Namorinho de portão, de Tom Zé, mais Sebastiana, de Rosil Cavalcanti, garantiu ao disco uma imunidade tropicalista única e fatal, ultrapassando facilmente a marca dos 100 mil discos vendidos e abrindo caminho para que ela se tornasse a maior cantora do Brasil.

Faixas:
Não identificado
Sebastiana
Lost in the paradise
Namorinho de portão
Saudosismo
Se você pensa
Vou recomeçar
Divino, maravilhoso
Que pena
Baby
A coisa mais linda que existe
Deus é o amor

Direção musical: Rogério Duprat
Estúdios: Scatena e Reunidos
Arranjos: Rogério Duprat, Gilberto Gil e Lanny Gordin
Layout: Gian
Direção de produção: Manuel Barenbein

1 thought on “Discoteca: Gal Costa (Philips, 1969)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *